Otimização tática reduz CAPEX para R$ 8,5 mi/MW e garante sucesso de PCHs no Leilão A-5
- Milton Wells
- 30 de set.
- 2 min de leitura
O cenário desafiador de altos custos e juros para novos projetos de geração de energia foi superado por um fator-chave no último leilão de energia A-5: o preço de venda. A afirmação é de Luiz Diniz Neto, responsável técnico da Paraná Energy, empresa que atuou como "engenharia do proprietário" em quatro Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) vencedoras, garantindo o sucesso de seus clientes no certame.
Segundo Diniz, a estratégia e o planejamento da Paraná Energy foram fundamentais, mas o resultado obtido pelas PCHs, duas no estado do Paraná e outras duas no Rio Grande do Sul foi impulsionado pelo preço final da energia.
"Foi muito melhor do que o previsto. Quando saiu o edital ao preço de R$ 411, achávamos que não conseguiríamos comercializar nesse teto. Foi uma surpresa para o setor. Viabilizar essas usinas que vendemos foi por causa do preço, ainda mais que é difícil colocar alguma coisa em pé com esses juros", explicou o engenheiro.
O preço médio de venda destes empreendimentos ficaram acima de R$ 400/MWh, o que foi considerado excepcional para cobrir o alto CAPEX dos projetos.
Diniz destacou que o alto custo de construção, devido ao preço de insumos e mão de obra, é o primeiro grande gargalo. A Paraná Energy cadastrou 21 usinas no leilão, mas enfrentou perdas por problemas na margem de escoamento e, em seguida, pelo licenciamento, já que não conseguiram obter a Licença Prévia (LP) a tempo.
Para mitigar o CAPEX, a empresa adotou um modelo de Sociedade de Propósito Específico (SPE). "Juntamos o grupo de investidores que venceram o leilão [as quatro usinas] e estamos fazendo pedidos em volume. É uma forma que conseguimos um pacote interessante para o grupo", detalhou Diniz.

Luiz Diniz Neto
Essa otimização resultou em uma redução de custos significativa. Enquanto o mercado trabalha com custos de construção em torno de R$ 10 milhões por MW de empreendimento de portes similares, a Paraná Energy conseguiu negociar projetos a cerca de R$ 8,5 milhões por MW.
Outra medida de otimização adotada foi o planejamento conjunto de cronograma e equipes para as quatro usinas em desenvolvimento. Inspirados no conceito de produção enxuta, buscou-se estruturar uma espécie de “linha de montagem” aplicada à engenharia civil, com cronogramas defasados estrategicamente para permitir o aproveitamento sequencial das mesmas equipes em diferentes frentes de obra. Dessa forma, reduz-se a ociosidade, aumenta-se a produtividade e obtém-se economia significativa no custo global do empreendimento, sem comprometer prazos e qualidade.
O próximo passo, após o leilão, é garantir as licenças de instalação e os contratos de conexão. As PCHs do Rio Grande do Sul têm a conexão garantida com a RGE. Já as usinas no Paraná estão em tratativas com a Copel para equacionar o escoamento da energia, um dos desafios atuais, segundo Diniz.
A Paraná Energy aguarda a homologação do leilão para então dar entrada nos pedidos junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e, assim, obter a Licença de Instalação (LI).
Ao longo de 15 anos, a empresa elaborou cerca de 60 projetos básicos, 37 projetos executivos de PCHs e CGHs, 29 de Engenharia do Proprietário civil e/ou eletromecânico e atualmente responde por 32 usinas na Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel) , como responsáveis técnicos








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