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Os gargalos do setor são a falta de garantia de conexão e demora no licenciamento, segundo Charles Lenzi, da Abragel

  • Foto do escritor: Milton Wells
    Milton Wells
  • há 39 minutos
  • 3 min de leitura

“Uma vitória para o setor e um reconhecimento do papel estratégico das PCHs na matriz energética do país”. É dessa forma que o presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, avalia o resultado do leilão A-5, de 22 de agosto último, quando foram contratados cerca de R$ 8 bilhões de investimentos, de 65 empreendimentos em 13 estados.


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Charles Lenzi, presidente da Abragel




Sobre a contratação de um certame exclusivo para PCHs, depois de dois anos sem leilões com a participação dessa fonte, ele diz que a Abragel sempre se preocupou em defender a sua pauta lastreada em estudos técnicos sólidos. “Temos estudo contratado que demonstram que quando a gente olha o impacto de todas as fontes nas tarifas pagas pelos consumidores, se constata que as hidrelétricas são as de menor custo. Então, tudo isso vem se somando ao longo do tempo e acho que o governo também deve se dada conta que para ter uma matriz limpa, ele tem de expandir as despacháveis”.

Apesar do otimismo pós-leilão, Lenzi admite que o setor ainda tenha desafios. O licenciamento ambiental, por exemplo, continua sendo um processo complexo e demorado. Ele reconhece a lentidão, mas se mostra esperançoso, diante de uma maior preocupação dos estados em melhorar esses processos.  “Temos percebido que essa discussão cada vez mais está se tornando mais técnica e menos enviesada politicamente. O licenciamento ambiental ainda é um gargalo e isso se deve atribuir ao fato de que eles são feitos em âmbito estadual porque os aproveitamentos são estaduais e, cada estado tem um rito, uns mais otimizado, outros,  mais burocráticos, com pouca previsibilidade. Você  sabe quando entra no processo, mas não sabe quando termina. Todavia,  há uma preocupação dos estados em melhorar esse processo, o que deve acontecer, segundo acreditamos”




Conexão

Outro ponto de atenção é a conexão dos projetos à rede. Uma parcela significativa dos 241 projetos inscritos no leilão ficou de fora por não ter a conexão garantida. Lenzi sugere que futuros certames sejam "casados", ou seja, que contemplem a geração e a transmissão necessárias para o escoamento da energia.

Quando questionado sobre o impacto das taxas de juros no financiamento, o presidente da Abragel minimiza o problema, destacando que o mais importante para o empreendedor é ter a garantia de receita para viabilizar o pagamento do financiamento. “ O financiamento faz parte do jogo, mas com um PPA você tem a receita para viabilizar o pagamnto”.

Quanto ao uso de novas tecnologias pelo setor, Lenzi afirma que a Inteligência Artificial (IA) tem se mostrado uma grande aliada, auxiliando na operação, manutenção e na parte comercial das usinas. Outra inovação promissora é o uso da geração reversível, que permite bombear a água de volta para o reservatório, aumentando a flexibilidade operacional que as PCHs, mesmo as de pequeno porte, podem oferecer ao sistema.




Novo leilão

Sobre a declaração do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que sinalizou um novo leilão para 2026, com a contratação de 3.000 MW,  Lenzi afirma que esse volume  pode representar um investimento de R$ 35 bilhões a R$ 40 bilhões, com a criação de cerca de 150 mil empregos. Além disso, ele ressalta que diferentemente de outras fontes, as PCHs pulverizam o desenvolvimento pelo país, levando benefícios e impactos socioeconômicos para pequenas comunidades.

 Considerado uma espécie de renascimento das PCHs, o leilão do dia 22 de agosto de 2025 ficará como um marco na documentação que preserva a memória da Abragel que neste ano   completa o seu 25º aniversário. “Foi o melhor presente que poderíamos receber”, contou   Lenzi ao próprio ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no evento em que o governo federal celebrou o sucesso do leilão A-5, ocorrido poucas horas antes.

Somente em 2003, por ocasião da contratação de PCHs por meio do Proinfa ( Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), segundo Lenzi, foi contratado um volume superior aos 816 MW  de agosto último.

 

 
 
 

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