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Fraga Construções aproveita lições das cheias do RS e incerteza climática para incorporar às pequenas hidrelétricas projetos mais robustos em forma de bunker

  • Foto do escritor: Milton Wells
    Milton Wells
  • 20 de out.
  • 3 min de leitura

As severas inundações que atingiram o Rio Grande do Sul no ano passado provocaram a necessidade de revisão e reforço nas estruturas de segurança de hidrelétrica. A Fraga Construções, de Braços Norte (SC) é uma das empresas com destaque nessas adequações, incorporando projetos mais robustos em novas construções e reformas, como medida de acautelamento de risco por parte dos empreendedores.


Antes mesmo das enchentes de maio do ano passado, a empresa havia executado projetos executivos de casas de força blindadas, ou submersível, como, por exemplo, a PCH Linha Rica, em Ibicaré (SC). Todavia, essas inovações agora adquirem maior relevância com as novas taxas de referencia hidrológicas (TRH) que algumas bacias hidrográficas apresentam.


Segundo Maciel Scarsi, gerente da empresa, a experiência das cheias, que atingiram cotas inéditas, atua como o principal catalisador para a revisão das especificações técnicas junto aos projetistas. "Muitos empreendedores e projetistas, que tinham usinas em operação estão levando em consideração as novas cotas de cheias que o RS atingiu, como exemplo. Nessa linha, têm sido feitas algumas adequações, reformas, com as novas usinas, consequentemente, se adequando a nova realidade" explica.



“Os novos empreendimentos e aqueles em fase de adequação adotam estruturas mais sólidas, com novas cotas, reforços extras, com o fim de aumentar a segurança e a fortaleza das usinas, não ficando somente de acordo com as  normas e padrões existentes”, afirma Scarsi.


Principais mudanças


As principais mudanças nos projetos executivos, segundo o gerente da Fraga Construções, abrangem o aumento da capacidade de vertimento, com vertedouro ou comporta; aumento das ombreiras de proteção, tratamentos de taludes mais robustos; e blindagem das casas de força: Somente neste último exemplo, a casa de força blindada, Fraga já construiu até o momento quatro usinas com este modelo, em uma forma semelhante a um  bunker, solução que aumenta a segurança do empreendedor e está sendo copiada em outras usinas do país, principalmente usinas de baixa queda, completa o engenheiro.


Custos


No que se refere aos desembolsos de proteção e reforço estrutural, que exigem obras mais robustas de  concreto, Scarsi estima entre 5% a 10% sobre o custo da obra civil e tratamentos geológicos. “ Estamos falando em impedir o sobre custo e a inviabilidade  dos empreendimentos, por isso são tão importantes sair do padrão e desenvolver novas tecnologias e novas soluções”, afirma ele. Scarsi alerta ainda sobre o alto risco na construção de empreendimentos hidrelétricos por parte daqueles que qualifica como "aventureiros ”, ou sem a formação adequada para essas obras. Ressaltando ainda a complexidade e os desafios dessas construções, como a escassez de mão de obra, o custo dos insumos e taxas de juros elevadas, além da demora dos licenciamentos, itens que elevam o valor final do empreendimento.


Sobre o atual volume de trabalho da Fraga Construções, Scarsi informa que está diretamente ligado ao resultado dos leilões de energia do setor hídrico, como o Leilão A-5. Ele destaca o envolvimento da empresa no mercado: “Das 111 PCHs orçadas pela Fraga para o Leilão A-5, a empresa está envolvida em mais de 40 desses empreendimentos que tiveram sucesso.”

A empresa mantém um ritmo acelerado de trabalho. Atualmente, a Fraga está tocando as obras de 11 pequenas hidrelétricas ao mesmo tempo, com cinco delas entrando em fase final neste último trimestre.

Carteira


Com uma carteira de obras contratadas até 2027, a expectativa da empresa é da confirmação do próximo leilão de PCHs até 50 MW, conforme anunciado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira  “Esperamos garantir pelo menos mais cinco ou seis  anos de obras com esse novo leilão”, diz Scarsi


Para as novas PCHs que iniciarão as obras agora nos próximos meses, Scarsi alerta para as adequações de segurança, como as novas cotas de cheia, custos de financiamento, licenças e a contratação de boas empresas. “Esses são pontos indispensáveis que os empreendedores devem se atentar. Além disso, quem se antecipar e contratar mais cedo, planejar melhor, terminará sua obra com menor custo e mais tranquilo para o cumprimento do contrato do leilão, evitando multas e dor de cabeça”.


Até esta entrevista à Hydro Brasil, a Fraga Construções no acumulado de 12 meses havia concluído as obras de 10 usinas, num de seus melhores exercícios dos últimos anos.

 

 

 
 
 

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