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Borsa Ambiental enfrenta desafios logísticos e a ameaça de javalis na recuperação de APPs

  • Foto do escritor: Milton Wells
    Milton Wells
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura
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Borsa Ambiental, empresa de consultoria ambiental, com sede em Porto Alegre, tem se dedicado à complexa missão de recuperar Áreas de Preservação Permanente (APPs) de três PCHs, localizado na região de Guaporé (RS), em plena Mata Atlântica. Trata-se de um projeto cuja execução atende requisitos impostos pela Fepam e que, apesar de fundamental para o equilíbrio ecológico, impõe uma série de desafios.

Segundo Guilherme Borsa, que está à frente da consultoria, sua equipe precisa superar obstáculos que vão desde a logística de plantio em locais de difícil acesso até a ameaça de espécies exóticas invasoras, como o javali. Tudo isso sem negligenciar a interação com a comunidade local.


O projeto de reflorestamento é uma condicionante ambiental essencial para a recuperação de áreas degradadas ao longo dos reservatórios das PCHs, informa Borsa. Com o foco na Mata Atlântica, foram plantadas pouco mais de 7.000 mudas em cerca de 3 hectares, utilizando 32 espécies nativas, incluindo exemplares ameaçados como Araucária e Palmito-juçara.


Ele conta que a geografia das APPs impõe uma dura realidade logística. Principalmente os desafios de plantar 7.000 mudas, com o transporte da equipe e das mudas por barco, dado que as APPs em recuperação são encaixadas em vales profundos dos rios, o que eleva a complexidade e os custos operacionais da empresa contratada.


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Além da dificuldade de acesso, a tarefa enfrenta uma ameaça biológica inesperada: o javali. Esta espécie exótica invasora não apenas revira o solo, prejudicando o desenvolvimento das mudas, mas demonstrou um apetite especial por um dos símbolos da Mata Atlântica.


“A ocorrência de javalis na área da APP também foi um desafio, visto que eles comeram grande parte do palmito-juçara introduzido nos plantios. O hábito de revirar o solo da espécie também prejudicou algumas partes do plantio”, lamenta Guilherme Borsa. Dada à  dificuldade no controle da espécie, ele conta que precisou ajustar suas ações, optando por evitar o plantio nas áreas com vestígios da passagem dos animais.


Além dos obstáculos técnicos e da fauna, a sustentabilidade de longo prazo do projeto passa também pela comunidade local, o que implica em um trabalho educativo.

“A participação da comunidade local é imprescindível, pois os benefícios da restauração serão observados por eles mesmos. Além disso, sua conscientização é fundamental, dado que os danos e degradações evidenciados são devido à ação de desmatamento e introdução de espécies invasoras, muitas vezes sem que a comunidade local saiba dos riscos e danos,” afirma Borsa. A empresa aposta que o processo de educação ambiental será o fator mais importante para garantir a conservação das áreas no futuro.


“Esperamos que o processo de educação ambiental se demonstre efetivo no longo prazo. Embora haja resistência de alguns proprietários e alguns focos novos de desmatamento, os resultados são amplamente positivos. Ocorrem situações em que é necessário acionar o policiamento ambiental e coibir ações de vandalismo e crimes ambientais, mas a população local entendeu a importância do projeto”.


A metodologia de "adensamento, nucleação e enriquecimento florestal", aplicada de forma adaptada a cada área degradada, já apresenta resultados promissores, com espécies pioneiras ultrapassando 2m de altura em apenas um ano. Os plantios foram realizados com o mínimo de intervenção química, reforçando o compromisso da Borsa Ambiental com o processo natural de regeneração.


Os resultados alcançados reforçam a ideia de  que nesse tipo de trabalho, segundo Borsa, cada experiência é única, mas preciso perseguir sempre o melhor desempenho.  “Cada projeto apresenta as suas particularidades, e cada novo projeto é executado com as experiências adquiridas nos anteriores. Somente replicar um projeto não é a forma mais efetiva de sucesso, mas a experiência adquirida por ele é fundamental. A equipe aprende com as situações de campo, a empresa aprende com o processo e aprendemos também com a comunidade local e o empreendedor. Saímos de cada projeto melhores do que entramos e cada novo projeto é melhor que o anterior”.

 

 


 
 
 

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