Thymos propõe mudança estrutural no setor elétrico com redução de custos
- Milton Wells
- há 6 dias
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A Thymos Energia, uma das principais consultorias especializadas no setor elétrico brasileiro, está propondo uma mudança estrutural nos modelos de operação e formação de preços de energia do país. A proposta, detalhada no estudo "Novo Paradigma da Operação (NPO)", tem o potencial de reduzir os custos operacionais em até 50%.
A principal recomendação do NPO é a criação de novos mercados de potência e de flexibilidade. A consultoria argumenta que esses mercados são essenciais para reconhecer e remunerar adequadamente os serviços de apoio que as hidrelétricas já prestam ao Sistema Interligado Nacional (SIN), mas que atualmente não são pagos.
Segundo a Thymos, esses novos mercados iriam valorizar atributos cruciais para a estabilidade do sistema, tais como: Capacidade disponível e resposta rápida à demanda. Suporte à oscilação do consumo. Serviços Ancilares, que são funções complementares que mantêm o sistema elétrico operando dentro dos padrões técnicos.
O CEO da Thymos Energia, João Carlos Mello, explica que o objetivo central da proposta é "adequar o sistema às transformações da matriz elétrica brasileira," marcada pela rápida expansão das fontes renováveis e pela necessidade de maior eficiência na gestão da oferta e da demanda.
Historicamente, a matriz elétrica do Brasil era majoritariamente hidrotérmica, onde os reservatórios atuavam como o principal "pulmão" energético para compensar períodos de seca. Essa configuração foi suficiente por décadas, mas tornou-se insuficiente frente aos desafios atuais.
Mello aponta que o desafio moderno é compensar a variabilidade e intermitência das energias eólica e solar. O estudo da Thymos reflete sobre a suficiência do modelo atual, que considera apenas a incerteza hidrológica histórica.
Para a consultoria, o sistema brasileiro é privilegiado por poder aproveitar o vasto parque hidrelétrico para mitigar essas intermitências de forma ágil, eficiente e econômica. O NPO sugere um planejamento adaptativo para o papel das hidrelétricas, baseado em três pilares: Suportar períodos de baixas afluências e de cheias (meta energética tradicional). Ter altura de queda suficiente para contribuir com o atendimento à curva de carga a todo instante. Acomodar naturalmente as variações de geração das fontes renováveis.
Além disso, o novo modelo incorpora a crescente percepção do uso múltiplo das águas, com exigências exógenas ao setor elétrico, como agronegócio, saneamento e transporte fluvial, um ponto que já começou a ser incorporado na Lei 14.182/21.
O NPO propõe o estabelecimento de uma faixa preferencial de armazenamento para os reservatórios de uma mesma bacia, considerando a sazonalidade e as demandas socioambientais.
O balanço energético (em MWh) seria atendido predominantemente por renováveis e pela geração térmica necessária para manter o armazenamento dentro da faixa preferencial. Mello destaca: “Isso porque as hidrelétricas conseguem ser grandes produtoras de energia e atender também a flexibilidade e capacidade em potência – ou seja, em megawatt – elementos fundamentais para a operação com a nossa matriz atual.”
Essa mudança altera a formação do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), o valor da energia de curto prazo. O NPO propõe um modelo que busca equilibrar custo e segurança por meio de penalidades pelo afastamento das trajetórias preferenciais, substituindo os mecanismos de aversão a risco de forma mais intuitiva e eficiente. O sistema seria implementado por um despacho adaptativo e rotineiro.
A consultoria afirma que, mesmo nas piores sequências hidrológicas históricas, o modelo sugerido manteve o armazenamento em níveis adequados e a segurança energética, utilizando a geração térmica preventivamente para reduzir custos. O NPO promete, assim, mais previsibilidade operacional, melhor integração das fontes renováveis e um sistema mais resiliente.
Nos últimos 20 anos, a participação das hidrelétricas na matriz caiu de 92% para cerca de 50%, consolidando a necessidade de uma evolução regulatória. O Mercado de Potência funcionaria de forma análoga ao PLD, mas refletindo o risco de não atendimento à carga nos horários críticos. O Mercado de Flexibilidade garantiria a remuneração para usinas que modulam sua operação em resposta às flutuações da rede e às frustrações na geração das renováveis intermitentes.
JMello conclui que a implementação do NPO e dos novos mercados regulatórios representa uma "evolução natural do setor elétrico brasileiro," que permite aproveitar melhor a infraestrutura existente, utilizar o acionamento térmico de forma mais prudente, e garantir uma operação mais estável e previsível, sem aumento de custos ao consumidor final.








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