PCH Beira Rio completa 85% de execução física e deve iniciar geração em março de 2026
- Milton Wells
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Um dos maiores projetos de fonte hídrica em execução no país, a PCH Beira Rio, situada no rio Jaguariaíva, entre os municípios de Jaguariaíva e Sengés (PR), atingiu, em outubro, um avanço físico geral de 85%. Com potência de 18,15 MW, a usina tem previsão de início de geração para março de 2026. Com um desenho como de uma UHE, a usina terá duas casas de força.
Além de uma PCH, de 17 MW, vai contar com uma CGH, na vazão sanitária ao pé da barragem, de 1,15 MW, totalizando 18,15 MW. A PCH Beira Rio teve sua energia comercializada no leilão de energia nova A-5 de 2022, com data de início de operação comercial em 1º de janeiro de 2027. Nos meses que antecederem essa data, a energia será vendida no mercado livre, segundo informou Rosmir de Oliveira, diretor executivo da empresa Pesqueiro Energia, proprietária da PCH Beira Rio.
O projeto, que se conecta ao Sistema Interligado Nacional (SIN) através de uma linha de transmissão de 138 kV em circuito expresso com cerca de 18 km até a Subestação Sengés, de propriedade da Copel, terá um investimento total de cerca de R$ 200 milhões full equity dos próprios acionistas.

Com a PCH Beira Rio, a empresa concluirá a sua terceira unidade no mesmo rio Jaguariaíva, onde operam as PCH Macacos, de 9,90 MW, e Pesqueiro, de 12,40 MW.
Otimização Cícero José Alberton, diretor técnico da G5 Engenharia, responsável pelo gerenciamento integral de implantação e engenharia do proprietário, informou à Hydro Brasil que até o momento foi aplicado cerca de 50% do volume da barragem. O canal de adução se encontra totalmente escavado, restando ainda alguns tratamentos em rocha a serem executados e perto de 30% do seu dique de fechamento. A casa de força possui avanço de aproximadamente 80% das obras civis, e 20% da montagem eletromecânica.
Um dos destaques de otimização do projeto foi o aproveitamento total da queda do rio Jaguariaíva, que resultou na necessidade de escavação de um canal de desvio com talude vertical de 40 metros de altura no arenito. Esse talude foi mapeado e tratado, mantendo-se íntegro, e o material escavado está sendo utilizado na barragem de enrocamento, o que possibilitou sua utilização praticamente integral, relata o engenheiro Rodolfo Rosendo Carvalho, coordenador de recursos hídricos e meio ambiente da G5 Engenharia.
Reservatório
Seu reservatório alagará cinco hectares além da caixa do rio que tem 10 hectares, formando um lago artificial de 15 hectares. A barragem terá 18,70 m de altura formando um reservatório de onde será captada a água, que passará por um extenso canal de 3.500 metros até a casa de força. Essa usina fica localizada no fundo do vale do rio Jaguariaíva e abrigará duas turbinas. Três orifícios na represa deixarão vazar permanentemente um volume de 3,03m 3 /s, para manter a ecologia do rio, com águas no trecho que vai da represa até a casa de força, onde o rio voltará ao seu curso natural. O conduto forçado será executado em aço CSN COR 420. Para mitigar o risco de golpe de aríete no sistema hidráulico, foram adotadas medidas operacionais, como a aplicação de manobras lentas com controle de carga e a inclusão de um volante de inércia na unidade geradora.A escolha das turbinas recaiu sobre o tipo Francis, que são consideradas ideais para a queda líquida e vazão média, segundo Alberton. “A meta é alcançar uma eficiência global acima de 90% no ponto nominal que é buscada pelo dimensionamento ótimo do conjunto turbina-gerador, sistemas de controle eletrônico de alta precisão e minimização de perdas hidráulicas”, diz.








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