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Demanda de investidores e de projetos contemplados em leilões turbinam receitas da SEMI Industrial







Desenho da turbina Francis que será instalada na PCH São Luís



A Pequena Central Hidrelétrica (PCH) São Luís, de 30 MW, pertencente à SPE Tito Produtora de Energia Elétrica Ltda., em construção no rio Chopim, entre os municípios de Clevelândia e Honório Serpa (PR), será detentora de três das maiores turbinas Francis, de rotor simples e eixo horizontal, instaladas no Brasil em termos de dimensões, produzidas pela SEMI Industrial Ltda., de São José dos Pinhais (PR).

A empresa que também fabrica os tipos Kaplan e Pelton, de eixo horizontal ou vertical, conta com tecnologia oriunda da Universidade de Genova na Itália, na faixa de potência entre 500 kW e 30.000 kW, e atua igualmente nos segmentos de hidromecânicos e serviços auxiliares. Depois de enfrentar uma forte restrição de mercado devido à Covid-19, a SEMI encerrou o ano passado com um incremento de cerca de 40% de produção em comparação ao ano anterior. Com um total de 91 funcionários, ela opera hoje à plena capacidade e vem aumentando, de forma gradativa, o número de horas extras e contratações para atender a demanda. Com uma carteira de pedidos ainda remanescentes do ano passado, em seu planejamento de curto prazo está prevista a ampliação de suas instalações a partir de 2024. Além da SEMI Industrial, o grupo é composto pela SEMI Sociedade de Engenharia e Montagens Industriais Ltda. e SEMI Engenharia de Sistemas Ltda.

Com vendas para quase todos os estados da Federação, a SEMI capta a maior parte de suas receitas de produtores independentes que comercializaram energia nos leilões do mercado regulado. Outro tanto é oriundo de investidores que buscam uma diversificação em suas aplicações e de clientes voltados para uma fonte de energia como complementação a fim de não depender de concessionárias, como fundições e agroindústrias de secagem de grãos e de algodão. O atendimento a empresas públicas como subcontratados responde por uma pequena parcela da carteira de clientes.

Em 16 anos de atividades, a empresa deverá completar, em 2023, cerca de 600 MW de turbinas instaladas, totalizando mais de 140 unidades geradoras, para PCHs e CGHs. As reformas de turbinas que já responderam por 50% do faturamento em períodos mais difíceis de mercado, como ocorrido entre 2014 e 2018, hoje é responsável por menos 10%. “Repotenciações e reformas representam bom potencial de faturamento a curto e médio prazo, dado que 70% das hidrelétricas atuam em uma faixa com média de 30 anos de vida”, disse à Hydro Brasil o gerente de engenharia da SEMI Neimar Decker. As maiores contratações, em 2022, segundo ele, tiveram origens nos estados do Mato Grosso, Tocantins e Paraná. Neste ano, a demanda mais forte é do Paraná, que recentemente superou um de seus maiores entraves no âmbito das centrais hidrelétricas com a decisão do STF que julgou inconstitucional a obrigatoriedade de autorização do legislativo para emissão de licenças de PCHs e CGHs.


Para Decker, o momento no setor de PCHs e CGHs é de “apreensão”. Em sua opinião, hoje existe uma melhor regulamentação de mercado , mas persiste um temor de “caminharmos para trás”, com competição desigual , subsidiada, entre as fontes nos leilões. “Os subsídios às fontes intermitentes têm potencial para tornar ainda mais íngreme o caminho dos empreendimentos baseados em fonte hídrica, a qual também é obrigada a custear compensações ambientais virtualmente inexistentes na eólica e solar”, ressalta.


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