
A Coprel confirmou para o primeiro semestre do ano a conclusão das obras da PCH Tio Hugo, localizada entre os municípios de Tio Hugo e Ibirapuitã, no rio Jacuí, na região norte do RS. Com 10,1 MW de potência, a usina demandou investimentos de R$ 81 milhões cujos recursos foram totalmente financiados pelo BRDE.
A PCH Tio Hugo foi uma das usinas do RS contempladas no Leilão de Energia Nova A-4, em
julho de 2021, com suprimento de energia elétrica a partir de janeiro de 2024, o que vai
permitir à cooperativa aumentar a taxa interna de retorno (TIR), com a venda para o mercado livre. As obras iniciaram em agosto de 2021, tendo sido gerados mais de 250 empregos diretos e cerca de 500 indiretos, segundo estimativa da Coprel.
Na construção da usina, de 84 hectares de reservatório, foram adquiridos 156 hectares de
Áreas de Preservação Permanente (APPs) e 49 hectares de mata nativa para reposição florestal obrigatória, em que foram plantadas 15 mil mudas de árvores nativas e 11.666 mudas de araucárias.
Ao todo, foram desenvolvidos 21 programas ambientais que monitoram a fauna e flora local,
com o objetivo de aliar o desenvolvimento social e econômico com a preservação do meio
ambiente.
A nova usina da Coprel beneficiará mais de 25 mil famílias com a geração de energia limpa e
renovável, que será injetada na nova subestação de seccionamento em Tio Hugo. Para levar a energia gerada pela usina, foram construídos nove quilômetros de linha de distribuição, comtensão de 34.500 volts.
Os investimentos na região, de R$ 119 milhões, segundo nota da cooperativa distribuída à
imprensa , envolvem não só a usina. Inclui também a construção da subestação de
seccionamento em 69 kV, que terão módulos para injeção da potência da PCH em 34,5 kV, e
uma subestação rebaixadora, para o atendimento da carga com segurança, disponibilidade e qualidade para cerca de 7 mil famílias de 8 municípios da região: Tio Hugo, Victor Graeff,
Ibirapuitã, Ernestina, Soledade, Mormaço, Tapera e Lagoa dos Três Cantos.
Além de conectar a PCH Tio Hugo ao sistema elétrico, a subestação de energia contará com
dois transformadores de força com capacidade para suprir o crescimento de carga da região
pelos próximos 15 anos. Outra característica será a operação 100% telecomandada pelo
Centro de Operações da Coprel, com sede em Ibirubá.
“Os benefícios para o comércio local e regional vão desde oficinas mecânicas, restaurantes,
locações de imóveis e geração de empregos”, diz o executivo Marcos Eidt, da área de geração da Coprel.
PCH Linha Onze Oeste
A cooperativa também vai construir a PCH Linha Onze Oeste em parceria com a Ceriluz,
estimada em cerca de R$154 milhões, com 23,6 MW de potência instalada, localizada no leito do rio Ijuí, em Coronel Barros, município que integra a região do Planalto Médio gaúcho. O BRDE vai financiar um crédito de R$ 140 milhões que terá uma parcela da operação garantida pela captação de 100 milhões de euros (cerca de R$ 511 milhões) da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
Para atingir a potência projetada, será construída uma barragem de 6,48 metros de altura,
que deve gerar um reservatório de 42 hectares, no leito do rio em sua maior parte. A PCH
Linha Onze Oeste já foi contemplada em dois leilões de venda de energia promovidos pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), efetivando a venda de 7,5 MW a partir de
janeiro de 2025.
Ao todo, a Coprel opera atualmente 10 usinas hidrelétricas próprias e com participação
societária, em um total de 69,25 MW.
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