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Copel está preparada para participar do Leilão de Reserva de Capacidade com UHE Foz do Areia



Com a renovação das concessões de suas três grandes UHEs – Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias –  por mais 30 anos, a Copel está preparada para o Leilão de Reserva de Capacidade que estava previsto para o ano passado e deve ser realizado este ano.   “Estamos aguardando a Portaria com as diretrizes do Ministério de Minas e Energia a fim de confirmar nossa participação por meio  da UHE Foz do Areia”, disse à Hydro Brasil o diretor de geração e transmissão da Copel, Moacir Carlos Bertol.

Construída em 1977, a UHE Foz do Areia é a maior usina da Copel. Possui uma capacidade de 1.676 MW de potência e está localizada no rio Iguaçu, distante 5 km da jusante da foz do rio Areia e aproximadamente 350 km de Curitiba, no município de Pinhão. A obra foi iniciada em 1975, a barragem foi concluída em 1979 e a usina em 1980. Quando de seu planejamento, ela foi projetada para 2.500 MW. Todavia somente quatro máquinas foram instaladas, o que deixou espaços para a instalação de mais duas, de 436 MW, cada uma, que habilitarão a Copel para o Leilão.

“A parte civil está pronta e o licenciamento ambiental é simplificado, faltando a parte mecânica”, explicou Bertol, adiantando que a conexão para a rede básica já admite o acréscimo de potência.  “Acreditamos que o Leilão de Reserva de Capacidade que incluirá hidrelétricas novas deve ser confirmado para este ano pelo MME, porque o sistema eletro energético precisa de suporte de tensão para as usinas intermitentes  não despacháveis”, acrescentou.

A Copel, segundo Bertol, também tem preparado pré-contratos com fornecedores para poder garantir as duas máquinas. “Os contratos ainda não foram assinados, mas os fornecedores estão cientes de nossas intenções de investimento.”

Quanto aos prazos de conclusão das obras, o executivo afirma que a Copel tem plenas condições de atender os termos do leilão, tanto no caso de um certame A-5, com início de suprimento em janeiro 2029, ou no A-6 em janeiro de 2030.  “Com a estrutura que a Copel dispõe, podemos completar aa obras em torno de três anos e meio a quatro anos”, disse.

UHE Segredo

Para o próximo leilão, que pode ocorrer 2025, a companhia tem possibilidade de participar com a UHE  Segredo, que se localiza logo abaixo da UHE Foz do Areia na cascata do rio Iguaçu, onde será necessária uma obra civil abaixo da caixa de força, o que também permitirá a instalação de mais duas máquinas de 450 MW. Com um total de 6,7 MW de potência instalada por meio de hidrelétricas, o planejamento da Copel reservou somente as UHEs Foz do Areia e Segredo para participações em Leilões de Reserva de Capacidade. Somente para o Leilão de Reserva de Capacidade  deste ano, o executivo imagina a contratação entre 3 a 4 GW para fornecimento a partir de 2027.

A UHE Segredo foi inaugurada em 1992, quando começou a operar, tendo como marco fundamental o primeiro Relatório de Impacto Ambiental (Rima) no Brasil para uma usina hidrelétrica, elaborado e aprovado em 1987. Isto fez da Copel um modelo para as demais concessionárias de energia no Brasil com relação à preservação do meio ambiente. Praticamente toda sua construção transcorreu entre 1987 a 1991.



Moacir Carlos Bertol, diretor de geração e transmissão da Copel


A uma pergunta as perspectivas da fonte hídrica no planejamento do MME, devido ao avanço das intermitentes na matriz elétrica, Bertol  afirmou que não existe dúvida quanto à necessidade  de garantir  o equilíbrio entre a oferta e demanda no Ministério.  “Passei oito anos na secretaria de Planejamento do Ministério de Minas e Energia e em todos os  estudos da EPE, aprovados pelo MME, é muito forte  a consciência  de garantir a  segurança energética na operação, e para ter essa segurança se precisa de fontes que geram potência. Sabemos das dificuldades das hidrelétricas dado  que os melhores aproveitamentos  já estão em operação,  mas ainda existem  projetos bons que podem ser implantados”, afirmou. “Então, o governo vai ter de ter condições de superar a resistência por parte das organizações ambientais e incluir as hidrelétricas nos Leilões de Reserva de Capacidade, na medida em que no leilão anterior de Reserva de Capacidade só entrou termelétrica. É necessário que as hidrelétricas participem desses leilões” .

PCHs


Além dos investimentos na ampliação das UHEs Foz do Areia e Segredo, a Copel também avalia seu portfólio de 11 PCHs e CGHs. Segundo Bertol, foram iniciados estudos para o desinvestimento de algumas dessas unidades consideradas de custo operacional elevado.  “Para uma melhor aderência do custo com o porte de operação, vamos colocar à venda algumas dessas usinas  “, disse Bertol, explicando que o comprador  vai conseguir torná-las   “bem mais rentáveis”.  Apesar de se desfazer de algumas dessas unidades, a Copel vai continuar investindo em PCHs. “Os estudos do inventário do rio Chopin e afluentes revelaram grande potencial e a Copel poderá vir a investir em outras dessas usinas”, informou.   

Empresa 100% renovável


Perto de concluir o período de seis meses como uma corporação, cujo processo encerrou-se em 14 de agosto do ano passado, a Copel pretende tem a meta de passar a ser empresa 100% renovável, o que ainda não foi possível devido à existência  de um residual de geração de carvão, “Hoje somos 99,8% renovável , com participação majoritária de hidrelétricas, mas logo nossa matriz elétrica será totalmente renovável “, assinalou. Até 2030, a empresa pretende investir na geração de 2 GW de potência, dos quais 1,7 GW de hidrelétricas, e em mais 2 mil km de linhas de transmissão e distribuição.

 

 

 

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