PCH Passo do Meio / Elera/ Divulgação
A transição de uma gestão municipal para outra, mesmo em casos de reeleição, representa um grande desafio em diversas áreas da administração pública.
As novas equipes precisam dar continuidade aos projetos e a programas iniciados, evitando perda de tempo e de recursos. Entre as áreas cruciais está a Defesa Civil, responsável por proteger a população em situações de desastres. A falta de preparo pode levar a falhas na prevenção, no socorro e na recuperação, com consequências graves para comunidades.
O engenheiro civil Antonio Rogerio Pellissari, diretor de Segurança de Barragens e Engenharia Civil na Elera Renováveis, destaca que a empresa, uma das maiores do setor de energia renovável do país, vem contribuindo para a capacitação de agentes da Defesa Civil dos municípios onde possui empreendimentos, com treinamentos e simulados de bancada (Table Top) para alinhar protocolos. É dessa forma que a companhia proporciona uma visão clara dos procedimentos de emergência relacionados às barragens, o que contribui principalmente para que “os agentes da Defesa Civil se tornem multiplicadores da segurança de barragens”, diz.
Tecnologias a serviço da segurançaPellissari ressalta que a comunicação com a população é essencial para garantir uma resposta eficaz em situações emergenciais. No caso da Elera, a empresa tem investido em sistemas de sirenes modernos, veículos equipados e no Alert Indivíduo, aplicativo gratuito para iOS e Android, desenvolvido pela consultoria Pimenta de Ávila, que localiza pessoas em áreas de risco e as direcionam para pontos de encontro seguros.
“Ainda em dezembro, vamos lançar uma customização no aplicativo, que enviará avisos sobre cheias, para a população que mora à jusante das nossas usinas. Basta a pessoa baixar o aplicativo e fazer o cadastro para começar a receber as mensagens”, observa.
Outra tecnologia que tem avançado nos departamentos de Defesa Civil de alguns estados é o Cell Broadcast, que envia mensagens de alerta para os celulares da população em áreas de risco. “O uso combinado de todas essas tecnologias amplia a abrangência e a eficiência da comunicação em uma emergência, assegurando que as informações cheguem a quem mais precisa”, frisa Pellissari.
Para garantir a segurança operacional e estrutural de uma barragem e da comunidade em seu entorno, o executivo reforça que é imprescindível um Plano de Segurança de Barragens (PSB) bem estruturado. O PSB reúne uma vasta documentação técnica, como procedimentos, manuais de monitoramento e inspeções rotineiras. Além disso, possui todo o histórico de leituras dos instrumentos, mostrando o comportamento das estruturas ao longo de sua vida útil. Com todas estas informações, é possível observar tendências de comportamentos anômalos, permitindo que sejam corrigidas preventivamente. “Todo esse processo é conduzido por um time técnico experiente, que garante uma gestão de segurança eficaz e financeiramente equilibrada”, afirma.
Atribuições e responsabilidadesCom relação às atribuições dos empreendedores e das autoridades municipais em casos de emergência, Pellissari, entende que é papel dos departamentos de Defesa Civil coordenar as operações de evacuação. De sua parte, o empreendedor deve facilitar o acesso aos recursos necessários e disponibilizar informações detalhadas sobre a emergência com a barragem.
“No dia a dia, o papel dos empreendedores é garantir a segurança operacional e estrutural das barragens, e a execução eficiente do Plano de Ação de Emergência (PAE). As autoridades devem atuar como facilitadoras na integração das equipes e na articulação de ações com a população”, ele diz.
A Elera, segundo o engenheiro, opera suas usinas com altos padrões de segurança. “Utilizamos tecnologias de ponta, como o monitoramento contínuo e ferramentas de comunicação avançadas, para prevenir ocorrências e garantir respostas rápidas”, acrescenta.
Desafios do PAE
De acordo com Pellissari, a implantação e a manutenção do PAE envolvem um esforço conjunto entre os empreendedores e os departamentos de Defesa Civil dos municípios. “O principal desafio é manter um fluxo de comunicação contínuo e atualizado entre os diversos agentes”, afirma.
Outro ponto relevante é integrar o PAE ao Plano de Contingência Municipal (PLANCON). Em alguns casos, o PLANCON não reflete adequadamente as ações necessárias para emergências em barragens, comprometendo a eficácia da resposta. “É fundamental fortalecer a comunicação e alinhar todas as partes envolvidas para agir de forma coordenada, reduzindo riscos e promovendo a segurança”, reforça o diretor.
Antônio Pelissari
Antecipação de alertas minimizou impactos de enchentes no RS
Durante as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, causando inundações em diversas cidades, a Elera Renováveis demonstrou agilidade ao antecipar alertas para a Defesa Civil. Com usinas localizadas nos rios das Antas e Carrero, a empresa iniciou a comunicação muito antes do agravamento da situação, alertando sobre o aumento da vazão dos rios.
“Essa proatividade foi crucial para que as autoridades tomassem medidas de segurança, minimizando os impactos das enchentes”, relata o engenheiro. “O fluxo de informações prévio em situações como as cheias que ocorreram no RS é imprescindível”, afirma Pellissari. “Quando a vazão atinge um determinado patamar, enviamos alertas de hora em hora”, complementa.
Embora não seja uma exigência regulatória, a Elera mantém o compromisso de enviar avisos de vazão em períodos de grandes cheias. Em setembro de 2023 e maio de 2024, os alertas da empresa foram determinantes para que a população fosse avisada e pudesse buscar proteção.
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